Na verdade, achei-a por aí
Ou me entregaram?
Já não me lembro...
A memória tem dessas coisas,
Apaga o que lhe convém
Porém gostaria de apagar?
Já não sei...
A rosa que segurei tem muito espinho
Sangra-me as mãos
Por que não solto?
A dor servindo pra fingir um sentido...
Um sentido ou um sentimento
Ambos não podem ser mantidos quando só se tem dor
Haveria algo mais?
Apenas a mão machucada segurando a rosa...
Solta-te!
É difícil deixar o que admira cair
A rosa está morta, cortada ou enraizada?
Não entendo muito da beleza...
Abrir a mão exige concentração
Pois os espinhos estão entranhados, misturando-se à carne
A quem pertence a mão agora?
Cabe descobrir e desapegar...
P.S.: Inspiração em um dia de chuva e de uma canção também de flor...
"Flor Vermelha", Nina Becker